Seguindo a vibe da Helena quando falou sobre outro isekai ai da temporada, aqui vou eu ficar sem ar para falar o nome inteiro do anime: The World’s Finest Assassin Gets Reincarnated in Another World as an Aristocrat.
Ou, no japonês caso prefira, Sekai Saikou no Ansatsusha, Isekai Kizoku ni Tensei suru. Jesus Cristo. Nunca vou gostar dessa moda.
Acho engraçado que a sinopse está, literalmente, no título desse anime. A história é sobre um assassino profissional que, quando morto, reincarna num mundo clássico de magia. Ali, sua família é da nobreza. E é isso.
Sabe todo o pacote? Mundo de magia com palavras inventadas que são faladas de um jeito mega esquisito, meninas bonitinhas, protagonista com pegada fodelão, a deusa que manda ele para o outro mundo, sistema de ranques… The World’s Finest Assassin é exatamente o que ele promete ser. E isso é algo bom.
Digo, não é bom para mim especificamente, porque eu realmente não consigo mais olhar com olhos interessados para isekais num geral. Mas ele não te engana. Além disso, talvez para você possa ser uma boa experiência, caso você ainda não tenha visto nenhum dos outros 84 animes que são praticamente idênticos à esse.
Com certeza essa RD3 terá um viés negativo, porque como comentei, eu tô bem enjoado de isekais num geral. Se eu pudesse OBRIGAR você a assistir coisas mais legais (e tem muitas!) eu o faria. Pena que não posso. Vocês gostam é de isekai mesmo né, seus safado.
Porém, confesso que nem tudo é trevas. Onde será que The World’s Finest Assassin mais acerta e mais erra?
- Gênero: Ação, Fantasia
- Estúdio: SILVER LINK. (Kokoro Connect) e Studio Palette
- Material: Advinha? (Light Novel, claro)
- Onde assistir: Crunchyroll
- Novos episódios: Quartas
“Ah shit, here we go again”
Sabe o meme do CJ começando o jogo em GTA San Andreas. Imagina que eu, André, tô sentado na garupa da bike dele já naquele comecinho. Talvez o texto fique mais interessante dessa forma, porque se formos depender do anime para deixar interessante… bem, digamos que minha bunda ficaria quadrada de tanto esperar sentado na bike.
The World’s Finest Assassin inova em apenas 1 coisa. Apenas 1. Porque de resto, é literalmente a fórmula do isekai. Quase uma receita de bolo. Vamos lá:
O maior assassino da do planeta morre. Quando ele se dá conta, acorda numa espécie de mundo paralelo, conversando com uma deusa. Essa deusa fala que ele tem 2 opções: renascer na Terra novamente mas esquecer de tudo, ou renascer num mundo de magia com todas as suas memórias mas com uma missão.
Não sei vocês, mas eu com certeza escolheria a segunda opção. Afinal, o harém que obviamente teremos ficará em volta de quem não é mesmo??? Bem, o protagonista também escolhe. Sua missão: assassinar o herói daquele mundo.
Opa!
Diferente essa premissa. Quer dizer então que estaremos acompanhando uma espécie de anti-herói ou algo do tipo? Talvez teremos uma narrativa mais pesada, mostrando o lado “dark” do isekai?
Lembra da garupa da bike do CJ? Não demorou muito pra capotarmos e logo minhas poucas expectativas fossem quebradas. A deusa logo fala: olha, você pode matar ele, mas se resolver a treta sem matar tá tudo bem também.
Ele fala “ok”. E chegamos ao isekai.
Pensa num isekai qualquer. Isso, pronto, você já entendeu como funcionará The World’s Finest Assassin
Chegando ao mundo com habilidade aparentemente meio zé pingola (mas que evidentemente darão à ele um poder avacalhado), Lugh, agora o nome de nosso protagonista, renasce em uma família de assassinos. Conveniente, não?
Inteligente como é, ele se aproveita disso para aprender tudo sobre aquele mundo. Sobre magia, sobre assassinato. Também sobre medicina, e como cozinhar. E ele já sabe fazer tudo isso. Com 7 anos!!!
Maluco, com 7 anos você COME TERRA. Você é um INSETO com 7 anos. Sempre acho forçadíssimo como insistem em fazer crianças serem tão sagazes, e pior: os adultos em volta só falam “nossa, como você é inteligente!!! meu filho é um gênio, viva!!!”. Chato.
Coisas acontecem, e então ele encontra uma mentora. Obviamente, outra criança. Obviamente, rola uma tensão romântica entre eles. E bem, aí isso acontece:
Eu não sabia onde me enfiar de tão CRINGE que foi essa cena. Eu penso no maluco que por livre espontânea vontade CRIOU essa cena. Seja o autor da light novel, ou o diretor do anime (caso não seja invenção do primeiro). Cursed. Nojento. Desconfortável.
Então o checklist fecha com:
- Mundo de magia genérico;
- Meninas bonitinhas;
- Protagonista overpower;
- Sistema de ranques;
- Cenas desconfortáveis com crianças;
- O Rei Demônio (só que aqui é o “herói”, eu acho).
E é isso. Com as devidas verdades postas na mesa, vou ressaltar aqui uns pontos bons de The World’s Finest Assassin Gets Reincarnated in Another World as an Aristocrat (pulou direto pra cá e nem leu o nome inteiro né, fala a real).
Apenas 1 diferencial: começa interessante
Os acontecimentos que citei são revelados no episódio dois, pois no 1 nós temos uma espécie de “foreshadow“, mas que na verdade é o tempo presente, e depois nos é contado o passado (que é o que contei até agora).
Essa é uma boa estratégia porque de cara já coloca o telespectador no meio daquele mundo, com diversas cenas de ação e com vários personagens interagindo. A falta de inforamções aqui é proposital, porque a grande intenção é fazer você se perguntar: Como chegou nesse ponto? Como as coisas funcionam?
Isso dá margem para depois poder apresentar todo o clichê começo de isekai de uma maneira mais calma, e com o devido alinhamento de expectativa feito. Digo, você já sabia que aconteceria todas aquelas explicações expositivas chatas que explicam como o mundo funciona, mas o diferencial é que The World’s Finest Assassin opta por fazer isso depois de te mostrar algumas coisas interessantes no episódio 1, o que mantém a curva de interesse do espectador acima da média.
Afinal, seria bem maçante (para não dizer desastroso) entrar num isekai, sabendo que é um isekai, e começar com o clássico bebê recém-nascido > treina com os pais > encontra um mentor > descobrem que a criança é overpower > etc.
Possibilidade da narrativa ficar mais pesada quando necessário
Outro ponto positivo deste anime é que ele aproveita o passado do protagonista. Graças a Deus passaremos longe daquela clássica história de “fracassado no outro mundo”, “rei do harém e overpower neste novo mundo”. Bem, pelo menos a primeira parte.
É bacana porque provavelmente ao longo da série veremos Lugh querer viver por si mesmo, e não só como uma ferramenta da máfia. Se isso será feito de maneira emocionante, duvido muito, porque parece que o cara até já superou sua “traição” da vida passada. Mas, a esperança é a última que cai da garupa da bike do CJ (eu já tô no chão).
O final do episódio 3 empolga aqueles que buscam algo “fora do clichê” também, porque apesar de os de bom coração acharem que Lugh já mudou o suficiente para virar um anti-herói bonzinho, o roteiro prova que não é tão fácil as pessoas mudarem. Principalmente: mostra que ele está disposto a fazer o que tem que ser feito.
A narrativa em si (arte, música, diálogos) são bem leves 99% do tempo, o que gera um contraste bem agressivo com o final do episódio 3.
Eu gostei. Afinal, já que eu estava ali, melhor ver algo que me surpreenda do que só, literalmente, mais do mesmo.
Finalizando as primeiras impressões de The World’s Finest Assassin
Apesar de estarmos entrando na conclusão do artigo com uma vibe positiva por conta dos últimos subtítulos, The World’s Finest Assassin Gets Reincarnated in Another World as an Aristocrat (não leu de novo né? tenho certeza!) não entra como um “bom anime” nas minhas condições.
Tô saturado demais, e separar um tempo da minha agenda simplesmente para ver mais do mesmo não me apetece nem um pouco. Espero de verdade que se você optar por assistir este anime, saiba onde está entrando.
Se você gostar, tudo bem, não é como se estivesse sendo um Kaifuku da vida. Na verdade, diria que para pessoas que nunca viram isekais, esse aqui pode ser um 7. Para aqueles que conhecem o gênero e já viram os mais clássicos, talvez oscile entre 5~6. Mas, para mim… cara, eu já cai da bike e por algum motivo tem 5 estrelas de polícia atrás de mim e eu não lembro o código das armas. É uma nota 2, no máximo.
Não continuarei assistindo, mas se você assistir, depois volta aqui para me contar se a história acabou acertando mais por ter trilhado dentro de seus pontos fortes, ou se simplesmente acabou ficando presa no “Ah shit, here we go again”.